[MODELO] “Nomeação de Curador Especial por Doença Mental”

INICIAL TRABALHISTA

Exmo. Sr. Dr. Juiz Federal da …..º Vara do Trabalho de …………..

(dez espaços duplos para despacho)

……………………………….., RG nº …………………………, CTPS nº

……………/…..ª, natural de ………………………… – ….., brasileiro,

solteiro, ferroviário, residente e domiciliado em ……………………., …..,

à rua …………………………, nº ….., Jardim …………………………, CEP

……………, por sua advogada, no final assinada, vem propor contra

…………………………, CGC nº ………………………… e

…………………………, ambas pessoas jurídicas de direito privado, com

endereço em ……………….., ….., à avenida …………………………, nº

….., ………, CEP ………………, a presente reclamação trabalhista, com

suporte nos fatos e fundamentos de direito a seguir aduzidos.

Como se vê pelo documento incluso, o reclamante é portador de

doença mental irreversível, não podendo, assim, va­lidamente,

outorgar procuração ad judicia à procuradora aqui firmatária,

embora não declarada judicialmente a sua interdição, não estando,

portanto, sob curatela legal.

Requer, pois, seja-lhe nomeada curadora especial a irmã que

atualmente lhe assiste Sra. …………………………, brasileira, viúva,

aposentada, portadora do RG nº ……………….. – SSP/….., CPF

…………………………/….., residente e domiciliada nesta capital, à rua

…………………………….., nº ….., que juntamente com o reclamante

firma a procuração, e se compromete a comparecer em todos os atos

processuais acompanhando-o, a fim de possa convalidar a

representação processual do autor, e prosseguir-se na reclamatória

que ora se propõe.

O reclamante prestou serviços à reclamada, sob vínculo empregatício,

tendo o seu contrato de trabalho as seguintes bases:

Admissão em : …../…../…..;

Função : …………………………;

Salários : R$ ………. (……….);

Categoria profissional : …………………………;

Dispensa : …../…../……

Dispensa:

A reclamada dispensou o reclamante com base no artigo 482, “i”, da

CLT (ver abandono de emprego), ocorre que no Re­gistro ora

juntado, Matrícula ………./………., consta que o reclamante estava em

tratamento de saúde, nos dias …../…../….. a …../…../….., e no atestado

do INSS, datado de …../…../….., consta que o último dia de trabalho

foi dia …../…../….., por ter praticado mais de trinta dias de faltas

consecutivas e injustificadas, ora Meritíssimo, a empresa reclamada

estando com o funcionário em tratamento saúde, não era necessário

que se fizesse um levantamento para ver qual o SID da doença, se

existia ou não, mas o reclamante que sofre de doença mental,

simplesmente desapareceu e seu paradeiro era completamente

desconhecido, portanto foi demitido sumariamente por abandono de

emprego.

No entanto, não houve abandono de emprego.

Em …../…../….. o reclamante foi acometido de doença mental

incurável, passando, a partir daí, a tratamento psiquiátrico

especializado e a sofrer sucessivas internações em hospitais

psiquiátricos, conforme documentos juntos, viveu até hoje da

misericórdia dos amigos, parentes e até de desconhecidos, que o

juntaram e lhe trataram com o devido respeito humano, lhe negado

pela empresa empregadora.

Por analogia ao disposto no artigo 26 e seu parágrafo único, do

Código Penal:

“Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou

desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da

ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito

do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o

agente, em virtude de perturbações de saúde mental ou por

desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente

capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de

acordo com esse entendimento. (Redação dada ao artigo pela Lei nº

7.209, de 11.07.84).”

Verifica-se, pois que, ao tempo do imputado abandono de emprego o

reclamante, em virtude de perturbações de saúde mental não era

inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de

determinar-se de acordo com esse entendimento.

E em face, mesmo, dessa circunstância alusiva à doença mental de

que foi acometido o reclamante, não há que se falar em ocorrência da

prescrição do direito de agir em tema de re­clamação trabalhista.

A dispensa, pois, é nula de pleno direito, sendo-o também a justa

causa imposta indevidamente.

Fato é que a despedida do reclamante, quando o seu contrato deveria

ser simplesmente suspenso em face da doença de que foi acometido,

vem obstando-o de obter os benefícios da Previdência Social

(aposentadoria por invalidez).

Assim, requer a citação da reclamada para que, no prazo legal, venha

produzir a defesa e as provas que tiver, ciente de que se presumirão

aceitos como verdadeiros os fatos aqui articulados, que não sejam

precisa e tempestivamente impugnados, em consonância com o

disposto nos artigos 285, 2ª parte, 302 e 319, todos do CPC.

No final, seja a presente julgada procedente, para se declarar nula a

dispensa do reclamante, e também a justa causa imposta,

declarando-se suspenso o contrato de trabalho do reclamante com a

reclamada, e que seja essa condenada no pagamento das custas do

processo, honorários advocatícios e demais cominações

sucumbenciais.

Provará o reclamante o alegado por todos os meios em direito

admitidos, sem exceção, especialmente por perícias, inquirição de

testemunhas, juntada de novos documentos, de logo requerendo o

depoimento pessoal do réu, sob pena de confissão.

À causa, para efeitos fiscais e de alçada, dá o valor de R$ ………

(…….), requerendo, para as diligências do feito, os favores dos artigos

172 e parágrafos, e 173, II, ambos do CPC.

Requer os benefícios da justiça gratuita, por ser pobre na acepção

jurídica do termo, não dispondo de recursos para demandar, sem

desfalque do mínimo indispensável à própria mantença e à de seus

familiares.

Nestes Termos

P. deferimento.

Local, ….. de ……………….. de ……….

Assinatura do Advogado

OAB nº ………./…..

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