[MODELO] Embargos Infringentes – Pensão por Morte – Divergência no Acórdão – Novo CPC
EMBARGOS INFRINGENTES – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – DIVERGÊNCIA DE VOTO – TRIBUNAL – ACÓRDÃO NÃO UNANIME – NOVO CPC
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA …..ª REGIÃO.
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……………………………, já qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado e bastante procurador infra-assinado, nos autos da AÇÃO ORDINÁRIA DE PENSÃO POR MORTE C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA, que lhe promove em face de INSS – INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, vem respeitosamente à presença de V. Exa., para apresentar
EMBARGOS INFRINGENTES
Na forma e pelos fundamentos aduzidos em anexo, dirigida à E. Egrégio Tribunal, na certeza de que os doutos julgadores, melhor examinando a matéria hajam por bem acatar as contrarrazões anexas, mandando que se processe regularmente o feito, em atendimento aos princípios constitucionais, a doutrina e ao direito, praticando a verdadeira JUSTIÇA.
Nestes termos,
Pede deferimento.
[Local] [data]
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[Nome Advogado] – [OAB] [UF]
RAZÕES DE RECURSO DE EMBARGOS INFRINGENTES
Recorrente: ….
Recorrida: INSS – Instituto Nacional do Seguro Social Processo Origem nº
Acórdão nº ……………… Da …. ª Câmara do TRF – ……ª Região
Egrégio Tribunal, Colenda Câmara, Doutos Julgadores,
Recorre-se mais uma vez a esse E. Juízo, com a finalidade de ver apreciado seu recurso, eis que o r. decisum recorrido não enfrentou claramente as razões deduzidas no recurso e o que plasmado nos autos, senão vejamos:
I – DO PROCESSADO – RESENHA FÁTICA
O Recorrido tentou por diversos momentos convencer os doutos julgadores a tolherem os direitos do Recorrente, quando em sua contestação, por exemplo, às fls. .. Dos autos, o INSS alega a prescrição das parcelas anteriores ao quinquênio do ajuizamento da ação, e ainda a ausência de comprovação de dependência econômica da autora em relação à segurada, afirmando, ainda, que a pretensão autoral é destituída de razão por lhe faltar fundamentação jurídica e requerendo, ao final, a improcedência dos pedidos.
Para tanto, a Recorrente aforou a AÇÃO ORDINÁRIA DE PENSÃO POR MORTE C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA, alegando que o Recorrido, por seu turno, não estava honrando com seu papel de instituto previdenciário; que, assim sendo, se estava a pleitear o benefício de Pensão por Morte, requereu por ordem constitucional, e não por mero capricho, pois a Recorrente também necessita de alimentos para sua sobrevivência na fase de seus estudos universitários.
Ao despachar, o MM. Juiz monocrático houve por bem em acatar o pedido, dizendo que estava comprovada a necessidade da demandante, vez que restou estampada nos documentos acostados a real dependência econômica que a Autora tinha de sua avó, pois, além de viver em sua casa, esta sempre arcou com as despesas de sua educação, vindo, inclusive, a ser considerada como dependente também na declaração de Imposto de Renda.
Citado foi o Recorrido (INSS), para acatar ou manifestar sua oposição, uma vez comprovada em Juízo a necessidade da Autora de frequentar o curso universitário, a qual em razão de sua pouca idade se presume não ter condições, ainda, de sustentar-se por seus próprios recursos, e também porque é fato notório que os valores a serem despendidos em universidades particulares são extremamente altos e necessitam de um investimento de alta monta, justificando-se a impossibilidade do pagamento, conforme provam os documentos juntados aos autos, às fls. ..
Na audiência que ocorreu no dia …/…/….., o INSS apresentou defesa por escrito, e farta de documentação, não se tendo chegado a um eventual acordo, visto que a legislação inserta em nossa Carta Magna é INTERPRETATIVA.
Na peça de defesa, arguiu-se que o pedido formulado não era previsto em Lei, vez que a Pensão por Morte aos dependentes é até a idade de 21 (vinte e um) anos de idade, não se podendo, portanto, descumprir a legislação.
Por estar presente o pressuposto da verossimilhança das alegações, aliado ao pressuposto do perigo da demora, consubstanciado na natureza alimentar do objeto da ação – em que pese existir um risco de dano irreparável ao Poder Público com a manutenção do benefício –, o prejuízo sofrido por este será muito menor do que o suportado pela Requerente, no caso de sua supressão. Em razão da inegável natureza alimentar dos proventos, só depois que o Requerente completar …. Anos é que o Recorrido poderá suspender tal benefício, até lá, legalmente conferido ao Requerido.
II – DO VENERANDO ACÓRDÃO RECORRIDO
Ante o improvimento do recurso interposto, por maioria de votos, resta-lhe exercer o direito com o presente recurso.
Denota-se que nas razões expendidas no recurso de fls. … Dos autos, no que se verifica no que diz pertinência à Recorrente, no voto do Relator Des. ……………….., em que exaustivamente se ponderou que a Recorrente não possuía concordância, mesmo que o Excelso Relator do Acórdão Recorrido tenha entendido o contrário, verifica-se que:
O Recorrente está iniciando o seu curso universitário e não possui meios de sobrevivência, além do benefício previdenciário em questão, o qual se configura, portanto, de natureza alimentar.
O Magistrado Relator se deixou levar pela defesa apresentada pelo ilustre representante do do Instituto Previdenciário, às fls. …. Dos autos, que alega que a Recorrente não possui este direito nos termos da Lei nº 8.213/91 e do Decreto nº 3.048/99.
Data venia, a colocação não corresponde aos fatos, senão vejamos:
Verifica-se que o pedido de implementação do benefício de pensão por morte, se dá em razão de, na data do falecimento, estar a autora sob a guarda judicial do beneficiário.
De fato, a Lei nº 9.528/97, que deu nova redação ao art. 16, § 2º, da Lei nº 8.213/91, retirou da proteção previdenciária o menor sob guarda, já que apenas equiparou aos filhos os menores tutelados e os enteados, desde que comprovada a dependência econômica.
Duma análise preliminar, constata-se a inconstitucionalidade da regra contida na referida Lei nº 9.528/97, tendo em vista que tal norma afronta o disposto no artigo 6º e art. 227, §3º, II, ambos da CF/88.
O MM. Juiz-Relator, concessa venia, entendeu de obliquidade as agudas razões do recurso, pois a Recorrente pleiteou PENSÃO POR MORTE C/C TUTELA ANTECIPATÓRIA, a título de alimentos, sendo certo que ninguém está defeso de pleitear, mas para conceder há que forçosamente ver a necessidade de quem pleiteia e a capacidade econômica de quem paga.
Alinha o Magistrado Relator do Acórdão recorrido, in verbis: (citar a parte do acórdão em que traz prejuízo à parte recorrente)
Permissa venia, o recurso não se reveste de mero capricho, mesmo porque a PENSÃO POR MORTE arbitrada inicialmente não foi paga até a presente data, sob alegação de ser ilegal, e se for feito a análise da interpretação da Carta Magna e demais legislações atinentes, tendo em vista que a pensão por morte é benefício que tem como objetivo suprir a falta daquele encarregado de arcar com as despesas do lar, de modo a possibilitar a manutenção dos dependentes do falecido. Tem como escopo, pois, manter a suplementação dos dependentes, decorrente da obrigação alimentar que tinha o falecido.
III I – DAS RAZÕES DO RECURSO
Sucintamente tem-se que:
A Recorrente não outros meios de sobrevivência, onde verifica-se que tem como norte o direito à educação, dever do Estado e da família, devendo ser resguardado o direito à percepção de pensão, ainda que o seu beneficiário tenha atingido a maioridade, até que o mesmo complete a idade de 24 (vinte e quatro) anos, no intuito de possibilitar o custeio dos seus estudos universitários.
Entendendo ser possível o pagamento do beneficio de pensão por morte até os 24 (vinte e quatro) anos de idade, se o beneficiário for estudante universitário e demonstrar a real necessidade do benefício; como ficou comprovada no caso em tela, onde a pensão previdenciária pode mesmo ser comparada com a prestação alimentícia, pois, a pessoa, dependente do benefício, não possuindo outro rendimento e sendo dependente do segurado, tem o direito à sua percepção até que conclua a sua formação.
Finalmente, Impõe-se, como verdadeiro instrumento de JUSTIÇA, o que aqui foi exposto em consonância com os documentos juntados aos autos, pois a Recorrente por necessitar dos estudos para obter condições de uma boa colocação no mercado de trabalho, conforme estatuído em nossa Carta Magna, vê-se no direito de recorrer o que é de direito, e nada mais.
IV – DO REQUERIMENTO
DIANTE O EXPOSTO, requer-se desse E. Juízo, através de seus doutos Julgadores, numa análise mais cuidadosa das Razões acima exposta, o acolhimento da preliminar e o julgamento de extinção do processo sem julgamento do mérito. Analisado o mérito, esperam a manutenção da PENSÃO POR MORTE, por ser medida de LÍDIMA JUSTIÇA!
Nestes termos,
Pede deferimento.
[Local] [data]
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[Nome Advogado] – [OAB] [UF].