[MODELO] Alegações finais em processo de revisão de alimentos: necessidades x recursos

MEMORIAL DE ALEGAÇÕES FINAIS EM DIREITO DE

FAMÍLIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da …..ª Vara de Família da Comarca de

…………….

(dez espaços duplos para despacho)

Processo nº ……………

…………… e ……………, qualificados, e devidamente representados por

sua genitora ……………, vem por sua advogada, no final assinada, nos

autos da ação de revisão de alimentos que promovem

contra……………, vêm apresentar seu memorial de alegações finais,

consubstanciado nos fatos e fundamentos de direito, a seguir aduzidos.

Por r. decisão constante de fls. ….., fixou-se que o ponto

controvertido da questão se assenta na premissa “necessidades” dos

alimentários, que, na mesma ata de audiência, registraram a

necessidade de cada um em mais de R$ ……………, além dos R$

…………… que o requerido vem propiciando mensalmente, sendo

certo que a pensão de um salário e meio dos requerentes são

depositados em caderneta de poupança, e lá permanecem.

Está evidenciando nos autos que, antes da separação dos pais, tinham

um elevado padrão de vida, e que, com a separação dos pais, indo os

requerentes à guarda da mãe, e mantidos com irrisório valor

propiciado pelo requerido, seu padrão de vida modificou-se para pior.

Registre-se que os autores, como consta dos autos, estão em fase

estudantil, e isso notoriamente atrai gastos extras.

A primeira requerente conta atualmente com ….. anos de idade, e o

segundo ….. anos. A primeira já está cursando o …..º ano de

Medicina Veterinária, no campus da ……………, e ninguém ignora que

a distância da residência da filha do casal é grande, e às vezes

necessita ir ao “…………”, duas vezes ao dia, e o transporte é feito

pela autora, que arca sozinha com o ônus. O que deseja é dividir com

o requerido as despesas extras de escola, cinema, teatro, shows,

boite, barzinhos, cabelereiro, barbeiro, manicure, lanches, e até

despesas de colegas e amigos dos filhos que freqüentam sua casa,

para isso é necessário manter a piscina limpa, o campo de futebol

preparado para receber os amigos dos filhos, e para tudo isso, existe

um custo e mais refrigerantes, cervejas, afinal até um churrasquinho

para comemorar alguma coisa, e mais a alimentação do dia a dia, tudo

está sendo suportado pela autora, que reivindica apenas e tão

somente a ajuda necessária para a mantença dos filhos dentro dos

padrões que estão acostumados, mas lembrando que não existe

exagero no pedido, realmente quem tem e convive com filhos

adolescentes sabem e compreendem que são caros e dispendiosos.

Demais, há esses gastos de transporte com os dois filhos, sendo

suportado pela genitora, espera a primeira requerente que requerido

cumprisse com o prometido dar-lhe um veículo não exigiu que fosse

0km, apenas uma condução para se deslocar até a faculdade, mas

apesar de ter se discutido o assunto até o momento não cumpriu o

prometido.

Ambos necessitam de alimentos em sentido estrito, de vestimentas, de

lazer, de artigos de higiene, medicamentos, moradia e seus acessórios,

e têm ainda outras necessidades vitais básicas, que jamais poderão ser

supridas com a quantia mensal que o requerido lhes fornece.

Necessário frisar-se, ainda, que, em razão da infimez do valor que o

requerido propicia mensalmente aos requerentes, não podem estas

prover as despesas que lhes são próprias.

Com R$ …………… cada uma, não podem sequer contratar uma

pessoa para realizar a limpeza e manutenção da piscina que há em sua

residência, e, de conseguinte, não podem sequer receber amigos ou

colegas de escolas.

Portanto, não se cuida, como em contrário afirma o requerido, de

serem mal orientados, ou mal exemplados pela mãe, pois que nada

pode a mãe fazer, a não ser representar os filhos junto ao Judiciário,

na omissão do próprio requerido em propiciar aos filhos vida

condigna e segundo o mesmo padrão social que antes detinham.

Os artigos 1.60004 e 1.6000000, do novo Código Civil, são expressivos no

sentido de que:

Art. 1.60004. Os alimentos devem ser fixados na proporção das

necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

Art. 1.6000000. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na fortuna de

quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado

reclamar do juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução, ou

agravação do encargo.

Vê-se, pois, que houve mudança nas necessidades dos autores, e na

forma da lei, os alimentos devem ser fixados na proporção da

necessidades do alimentário e dos recursos do alimentante.

Não se discutem nos autos as possibilidades financeiras do requerido,

como de início demonstrado, mas apenas as necessidades dos

alimentários, o que leva à ilação de que o requerido pode e deve

pagar a quantia pretendida pelos autores.

A jurisprudência é uníssona a respeito:

20180002 – AÇÃO DE ALIMENTOS – O juiz, ao fixar alimentos

provisórios, deve fazê-lo com prudência, sem exorbitância, atendendo

na fixação à proporção das necessidades do reclamante e observando

os recursos da pessoa obrigada, bem como arbitrá-los de maneira

que possa torná-los ao final definitivos, majorá-los ou diminuí-los,

conforme escla­reci­mentos surgidos nos autos, durante a tramitação

da ação proposta, objetivando não causar prejuízos ao reclamante,

nem à pessoa obrigada. Negou-se provimento ao recurso. (Decisão

unânime). (TJAL – AI 5.70006 – 1ª C – Rel. Des. José Agnaldo de

Souza Araújo – J. 04.03.0001) (CJ 38/103).

204887 – ALIMENTOS – AÇÃO DE REVISÃO DE

ALIMENTOS – ART 1.60004 – DO NOVO CÓDIGO CIVIL – ART

– 471, I DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – Se o autor não

comprovou, como lhe competia, a redução das necessidades dos

filhos credores nem o depauperamento de suas condições, não há

como acolher o pedido revisional de alimentos. (TJPR – AC

38.451-8 – Ac. 11.57000 – 2ª C. Civ. – Rel. Des. Negi Calixto – J.

23.08.0005)

2040000004 – ALIMENTOS – MAJORAÇÃO PRETENDIDA –

ALTERAÇÃO NA FORTUNA DO ALIMENTANTE –

POSSIBILIDADE – ARTIGOS 1.60004 E 1.6000000 DO NOVO

CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – Aferindo-se por meio de

comprovantes de declaração de imposto de renda que o alimentante,

profissional liberal, constituiu empresa no ramo médico, e adquiriu

novo imóvel e veículo automotor, após o advento de homologação de

acordo judicial de alimentos, justa é a sua majoração, ainda que

outras situações fáticas jurídicas recaiam sobre sua capacidade

contributiva, de forma desfavorável, certo que o status social do

alimentado deve corresponder a de seus genitores, dentro dos

parâmetros estatuídos pelo binômio necessidade-possibilidade. (TJDF

– AC 42.815 – 3ª T. – Rel. Des. Nancy Andrighi – DJU 30.04.0007)

201884 – ALIMENTOS – Prova das Necessidades da Alimentada e

da Capacidade de Contribuição do Alimentante. As necessidades

ordinárias de uma adolescente com 17 anos de idade são do

conhecimento público, dispensando-se provas mais robustas. À

míngua de outras provas, tem-se como limite da capacidade

contributiva do alimentante o que constar de documento emanado de

sua fonte pagadora, em sendo ele assalariado. A obrigação de prestar

alimentos à prole é de ambos os genitores, sendo irrelevante o fato de

a mãe da autora sempre haver ar­cado sozinha com as suas despesas.

Isso não significa dizer que o pai esteja desonerado dos mesmos

encargos. A verba alimentícia há de ser fixada na bitola do art. 1.60004

do novo CC. (TJDF – AC 31.442-DF – (Reg. Ac. 75.00011) – 2ª T –

Rel. Des. Romão C. Oliveira – DJU 10.05.0005)

201878 – ALIMENTOS – O dever a prestação de alimentos é

imperioso, tanto de pais para filhos, como destes em benefício

daqueles, so­bre­tudo quando, comprovadamente, os filhos vivem em

acentuada miséria e nenhum fato novo passou a existir que

determinasse a mudança de recursos. Saliente-se, ainda, como prevê

o art. 1.60004 do novo CC, os alimentos devem ser fixados na

proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa

obrigada. (TJBA – AC 402/86 – 4ª C – Rel. Des. Antônio

Herculano) (RJ 137/72).

Uma vez incontroversa a possibilidade econômica ou a capacidade

contributiva do alimentante, melhor solução não resta senão o decreto

de procedência do pleito contido na exordial e confirmado na

audiência de instrução, onde foi proposto um valor de R$ …………

(………….) para cada um dos filhos, para a provisão comprovada

nestes autos das despesas, as quais estão sendo suportada a duras

penas pela requerente, o que se espera seja decretado por r.

sentença, com a condenação do requerido também no ônus

sucumbencial.

Nestes termos,

Pedem deferimento.

Local, ….. de ……………….. de ……….

Assinatura do Advogado

OAB nº ………./…..

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