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[MODELO] Ação de cobrança de contribuições previdenciárias ao INSS

EX­MO. (A) SR. (A) DR. (A) ­JUIZ (A) FE­DE­RAL DA

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_____, bra­si­lei­ro, apo­sen­ta­do, por­ta­dor da Cédula de Identidade nº ______, ins­cri­to no CPF sob o nº ___________, re­si­den­te na Rua _______, Comarca de _____ -, por seu ad­vo­ga­do que es­ta subs­cre­ve, vem, mui res­pei­to­sa­men­te, à pre­sen­ça de V. Exa. pa­ra pro­por a pre­sen­te

Ação de co­bran­ça de con­tri­bui­ções pre­vi­den­ciá­rias

junto ao ­INSS – Instituto Nacional do Seguro Social, Autarquia Federal, com superintendência regional na ci­da­de de São Paulo, com en­de­re­ço à Rua Xavier de Toledo, nº 280, 13º an­dar, Centro, São Paulo–SP, CEP: 01048-000, pe­los mo­ti­vos de fa­to e de di­rei­to a se­guir ex­pos­tos.

I – DOS FA­TOS

Que____________ ca­sou-se com__________, em 15 de ou­tu­bro de 1.0004000, per­du­ran­do a ­união até 18 de ja­nei­ro de 1.0000003, quan­do o marido veio a fa­le­cer, có­pia da cer­ti­dão de ca­sa­men­to e de óbi­to em ane­xo.

O de cu­jus ha­via se apo­sen­ta­do por tem­po de ser­vi­ço aos 2000 de ­abril de 1.00081, có­pia re­pro­grá­fi­ca da car­ta de con­ces­são em ane­xo, ten­do pos­te­rior­men­te vol­ta­do a exer­cer ati­vi­da­de abran­gi­da pe­la Pre­vi­dên­cia So­cial, na con­di­ção de se­gu­ra­do, por la­bo­rar co­mo fun­cio­ná­rio pú­bli­co mu­ni­ci­pal; ten­do per­ma­ne­ci­do na re­fe­ri­da ati­vi­da­de la­bo­ra­ti­va até a da­ta de seu fa­le­ci­men­to, 18 de ja­nei­ro de 10000003.

O fa­le­ci­men­to e con­se­qüen­te­men­te a bai­xa na Carteira de Trabalho e Previdência Social do ex­tin­to ocor­re­ram na vi­gên­cia da Lei de Benefícios Previdenciários 8.213/0001 e Regulamentos dos Benefícios da Previdência Social, Decreto 611/0002.

Que o ­INSS re­cu­sou-se a efe­tuar o pa­ga­men­to de re­fe­ri­da im­por­tân­cia re­la­ti­va a con­tri­bui­ções pre­vi­den­ciá­rias, não res­tan­do ou­tra al­ter­na­ti­va, se­não ajui­zar a pre­sen­te.

II – DOS FUN­DA­MEN­TOS

Dispõe o ar­ti­go 16, in­ci­so I, da Lei 8.213/0001:

São be­ne­fi­ciá­rios do Regime Geral da Previdência Social, na con­di­ção de de­pen­den­te do se­gu­ra­do: – o côn­ju­ge, a com­pa­nhei­ra, o com­pa­nhei­ro…

Preceitua o ar­ti­go 116, in­ci­so II, do Decreto 611/0001:

Os pe­cú­lios se­rão de­vi­dos:

II – ao se­gu­ra­do apo­sen­ta­do por ida­de ou tem­po de ser­vi­ço pe­lo re­gi­me Geral da Previdência Social que per­ma­ne­cer ou que vol­tar a exer­cer ati­vi­da­de abran­gi­da pe­lo mes­mo, quan­do de­la se afas­tar.

Artigo117 do Decreto 611/0002:

O pe­cú­lio con­sis­ti­rá em pa­ga­men­to úni­co de va­lor cor­res­pon­den­te à so­ma das im­por­tân­cias re­la­ti­vas às con­tri­bui­ções do se­gu­ra­do, re­mu­ne­ra­das de acor­do com o ín­di­ce de re­mu­ne­ra­ção bá­si­ca dos de­pó­si­tos de pou­pan­ça com da­ta de ani­ver­sá­rio no dia 1º.

Orientação Normativa GM/MPS nº1, de 27 de junho de 10000004, Lei 8.870, ­traz em seu ­item 4 que:

Fica ex­tin­to o pe­cú­lio de que tra­ta o ar­ti­go 166, in­ci­so II, do ­RBPS, man­ten­do-se o di­rei­to do se­gu­ra­do apo­sen­ta­do que vi­nha con­tri­buin­do até a pu­bli­ca­ção da Lei nº 8.870/0004 de re­ce­ber, quan­do do afas­ta­men­to da ati­vi­da­de, em pa­ga­men­to úni­co, o va­lor cor­res­pon­den­te à so­ma das im­por­tân­cias re­la­ti­vas às ­suas con­tri­bui­ções ver­ti­das ­após a da­ta da apo­sen­ta­do­ria até a com­pe­tên­cia de mar­ço de 10000004, re­mu­ne­ra­das de acor­do com o Índice de Remuneração Básica dos Depósitos de Poupança com da­ta de ani­ver­sá­rio no dia pri­mei­ro.

Várias de­ci­sões têm si­do fa­vo­rá­veis em nos­sos tri­bu­nais, ­que pe­di­mos vê­nia tra­zer uma de­las:

­PREVIDENCIÁRIO – ­PECÚLIO – AR­TI­GO 6º, §§ 5º E 7º, C/C AR­TI­GOS 55 A 57 DO DE­CRE­TO 8000312/84 – LEI 8213/0001 – AR­TI­GOS 81 A 85.

Pecúlio é o be­ne­fí­cio cons­ti­tuí­do dos va­lo­res res­ti­tuí­veis re­co­lhi­dos co­mo con­tri­bui­ção pre­vi­den­ciá­ria pe­lo se­gu­ra­do em de­ter­mi­na­das si­tua­ções que a lei pre­vê, con­soan­te o dis­pos­to no ar­ti­go 6º, §§ 5º e 7º, c/c os ar­ti­gos 55 e 57 do Decreto 8000312/84. Não re­ce­bi­do em vi­da pe­lo se­gu­ra­do era de­vi­do aos ­seus de­pen­den­tes ou su­ces­so­res (ar­ti­go 56).

O in­ci­so II do ar­ti­go 81 da Lei 8213/0001 foi re­vo­ga­do pe­la Lei 8870, edi­ta­da aos 15 de ­abril de 10000004 e pu­bli­ca­da aos 16.4.10000004. A Lei 00012000, de 20 de no­vem­bro de 10000005, no ar­ti­go 7º, ex­tin­guiu o re­ma­nes­cen­te do be­ne­fí­cio, quan­do re­vo­gou o ar­ti­go 81 da Lei 8213/0001.

Direito adquirido é o que já se in­cor­po­rou de­fi­ni­ti­va­men­te ao pa­tri­mô­nio e à per­so­na­li­da­de de seu ti­tu­lar, de mo­do que nem a lei nem fa­to pos­te­rior pos­sam al­te­rar a si­tua­ção ju­rí­di­ca.

Nos ter­mos do ar­ti­go 56 do Decreto 8000312/84, a re­que­ren­te tem di­rei­to ad­qui­ri­do ao re­ce­bi­men­to dos va­lo­res re­co­lhi­dos por seu fa­le­ci­do ma­ri­do ­após sua apo­sen­ta­do­ria por tem­po de ser­vi­ço ocor­ri­da aos 24.11.81, quan­do con­ti­nuou a tra­ba­lhar e re­co­lher con­tri­bui­ções, na vi­gên­cia da­que­la nor­ma, po­rém, não se en­qua­dra no dis­pos­to no in­ci­so III do ar­ti­go 81 da Lei 8.213/0001, por­que a mor­te não ocor­reu em ra­zão do aci­den­te de tra­ba­lho.

(Tribunal – Terceira Região – AC 413375 – Quinta Turma – Decisão 18.12.2012 – ­Juiz André Nabarrete – ­Publ. 10/000/2012 – Unanimidade deu pro­vi­men­to par­cial à ape­la­ção.)

III – DO DI­REI­TO AD­QUI­RI­DO

É ine­xo­rá­vel o di­rei­to da autora de re­ce­ber os va­lo­res re­fe­ren­tes às pres­ta­ções pre­vi­den­ciá­rias ver­ti­das por seu fa­le­ci­do ma­ri­do, pos­to que foi ca­sa­da, por lei se tor­nan­do sua su­ces­so­ra.

Não há que se ale­gar pres­cri­ção de di­rei­to, ­pois ­aqui fa­la­mos de um di­rei­to que se for­mou na pes­soa do de cu­jus, ten­do ele preen­chi­do os re­qui­si­tos ne­ces­sá­rios pa­ra a ob­ten­ção do be­ne­fí­cio re­gra­do em lei.

Se o di­rei­to sub­je­ti­vo não foi exer­ci­do, vin­do lei no­va que o mo­di­fi­ca ou o ex­tin­gue, trans­for­ma-se em di­rei­to ad­qui­ri­do, por­que era di­rei­to exer­ci­tá­vel e exi­gí­vel à von­ta­de de seu ti­tu­lar. Incorporou-se no seu pa­tri­mô­nio, pa­ra ser exer­ci­do quan­do lhe con­vies­se. A lei no­va não po­de pre­ju­di­cá-lo, só pe­lo fa­to de o ti­tu­lar não o ter exer­ci­do an­tes.

Além de pre­vis­to em nos­sa Constituição, não se po­de ol­vi­dar que o le­gis­la­dor já ha­via cui­da­do da ques­tão no § 2º do art. 6º da Lei de Introdução ao Código Civil (Decreto-lei nº 4.657, de 4.000.42):

Consideram-se ad­qui­ri­dos as­sim, os di­rei­tos que o seu ti­tu­lar, ou al­guém por ele, pos­sa exer­cer, co­mo aque­les cu­jo co­me­ço do exer­cí­cio te­nha ter­mo pre­fi­xo, ou con­di­ção prees­ta­be­le­ci­da inal­te­rá­vel, a ar­bí­trio de ou­trem.

Em re­su­mo, di­rei­to ad­qui­ri­do é aque­le que, já in­te­gran­te do pa­tri­mô­nio de seu ti­tu­lar, po­de ser exer­ci­do a qual­quer mo­men­to, não po­den­do lei pos­te­rior, que te­nha dis­ci­pli­na­do a ma­té­ria de mo­do di­fe­ren­te, cau­sar-lhe pre­juí­zo.

Segundo ma­gis­té­rio de De ­Plácido e Silva:

O di­rei­to ad­qui­ri­do ti­ra sua exis­tên­cia dos fa­tos ju­rí­di­cos pas­sa­dos e de­fi­ni­ti­vos, quan­do o seu ti­tu­lar os po­de exer­cer. No en­tan­to, não dei­xa de ser ad­qui­ri­do o di­rei­to, mes­mo quan­do seu exer­cí­cio de­pen­da de um ter­mo pre­fi­xo ou de uma con­di­ção prees­ta­be­le­ci­da inal­te­rá­vel ao ar­bí­trio de ou­trem. Por is­so sob o pon­to de vis­ta da re­troa­ti­vi­da­de das ­leis, não so­men­te se con­si­de­ram ad­qui­ri­dos os di­rei­tos aper­fei­çoa­dos ao tem­po em que se pro­mul­ga a lei no­va, co­mo os que es­te­jam su­bor­di­na­dos a con­di­ções ain­da não ve­ri­fi­ca­das, des­de que não se in­di­quem al­te­rá­veis ao ar­bí­trio de ou­trem (Vo­ca­bu­lá­rio Ju­rí­di­co, Forense, 8ª ed., 100084, p. 77/78).

Para Carvalho Santos:

Se o exer­cí­cio de­pen­de de ter­mo pre­fi­xo, o di­rei­to já é ad­qui­ri­do, sen­do evi­den­te, ­pois, que no sis­te­ma do có­di­go não é ad­qui­ri­do so­men­te o di­rei­to que já se in­cor­po­rou ao pa­tri­mô­nio in­di­vi­dual. O pra­zo ou ter­mo, de fa­to, não pre­ju­di­ca a aqui­si­ção do di­rei­to, que já se ve­ri­fi­cou, sen­do seu úni­co efei­to pro­te­lar o exer­cí­cio des­te di­rei­to (Código Civil Brasileiro Interpretado, Freitas Bastos, 14ª ed., vol. I, 100086, p. 43/44)

­Clóvis Bevilaqua, de­fen­de a po­si­ção de que:

trata-se ­aqui de um ter­mo e con­di­ções sus­pen­si­vos, que re­tar­dam o exer­cí­cio do di­rei­to. Quanto ao pra­zo, é prin­cí­pio cor­ren­te que ele pres­su­põe a aqui­si­ção de­fi­ni­ti­va do di­rei­to e ape­nas lhe de­mo­ra o exer­cí­cio. A con­di­ção sus­pen­si­va tor­na o di­rei­to ape­nas es­pe­ra­do, mas ain­da não rea­li­za­do. Todavia, com seu ad­ven­to, o di­rei­to se su­põe ter exis­ti­do des­de no mo­men­to em que se deu o fa­to que o ­criou (Comentários ao Código Civil, 5ª ed., p. 101).

Vale lem­brar que os di­rei­tos ad­qui­ri­dos se con­fi­gu­ram des­de lo­go, uma vez preen­chi­dos ­seus re­qui­si­tos, sur­gin­do cla­ro que, qual­quer ten­ta­ti­va de su­pres­são, se­ja por ato nor­ma­ti­vo, ad­mi­nis­tra­ti­vo ou ju­di­cial, aten­ta con­tra a or­dem cons­ti­tu­cio­nal, vio­lan­do o ba­si­lar prin­cí­pio da se­gu­ran­ça ju­rí­di­ca ins­cul­pi­do no in­ci­so ­XXXVI do art. 5º da Carta Política, se­gun­do o ­qual: a lei não pre­ju­di­ca­rá o di­rei­to ad­qui­ri­do, o ato ju­rí­di­co per­fei­to e a coi­sa jul­ga­da.

A es­te res­pei­to, Celso Antônio Bandeira de Mello, com a ha­bi­tual ex­ce­lên­cia de seu ma­gis­té­rio, ano­ta que o pro­ble­ma

não se re­sol­ve com a sim­ples no­ção de ir­re­troa­ti­vi­da­de de lei, ­pois não se co­lo­ca a ques­tão de seu re­tor­no so­bre o pre­té­ri­to. Trata-se, is­to sim, da so­bre­vi­vên­cia dos efei­tos da lei an­ti­ga, va­le di­zer, da per­sis­tên­cia de ­seus efei­tos em ca­sos con­cre­tos, du­ran­te o im­pé­rio da no­va lei. Cogita-se de hi­pó­te­se em que si­tua­ção pro­du­zi­da no pas­sa­do, sem con­su­ma­ção ne­le, de­ve ter efei­tos per­du­rá­veis no tem­po, per­mi­tin­do que ­eles atra­ves­sem in­có­lu­mes o do­mí­nio das ­leis pos­te­rio­res. Não há, ­pois, a ri­gor, ques­tão de re­troa­ti­vi­da­de. Pelo con­trá­rio: há sus­ta­ção dos efei­tos, is­to é, da in­ci­dên­cia da no­va lei so­bre si­tua­ções con­cre­tas dan­tes ocor­ri­das, cu­jos efei­tos se de­se­ja pôr a sal­vo, a fim de que não se­jam per­tur­ba­dos pe­la su­ces­são nor­ma­ti­va (Revista de Direito Público, nº 0006, p. 11000).

Ainda Bandeira de Mello:

Segue daí que uma van­ta­gem fun­cio­nal, por exem­plo, cons­ti­tuí­da no pas­sa­do e cu­jos efei­tos ju­ri­di­ca­men­te se per­fi­ze­ram, con­su­man­do-se, es­tá con­so­li­da­da, ain­da que não te­nha si­do fruí­da. Isto é, os efei­tos ma­te­riais po­dem não ter su­ce­di­do, mas se os efei­tos ju­rí­di­cos já se com­ple­ta­ram, ne­nhu­ma re­gra no­va po­de al­can­çá-la, ­pois, de di­rei­to, a si­tua­ção já es­ta­rá de­fi­ni­da. (Ob. cit., p. 112)

Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, ci­tan­do a li­ção de Léon de Duguit, afir­ma que:

São in­sus­ce­tí­veis de se­rem apa­nha­das pe­la lei no­va não só as si­tua­ções sub­je­ti­vas ou in­di­vi­duais, co­mo ou­tros­sim os fa­tos rea­li­za­dos no pas­sa­do, re­gi­dos pe­la lei em vi­gor no mo­men­to em que fo­ram pro­du­zi­dos (RT 73000, p. 145).

Já ­Reis Friede as­se­ve­ra que:

a acep­ção bá­si­ca da de­no­mi­na­ção direito adquirido en­con­tra ber­ço na fun­da­men­tal ques­tão da ir­re­troa­ti­vi­da­de das ­leis. E vai ­além, ca­rac­te­ri­za co­mo ad­qui­ri­do to­do di­rei­to oriun­do de ato ju­rí­di­co per­fei­to ou da coi­sa jul­ga­da, por já se ter de­fi­ni­ti­va­men­te in­cor­po­ra­do ao pa­tri­mô­nio ju­rí­di­co do in­di­ví­duo. (Lições objetivas de Direito Constitucional, 2012, Saraiva)

E, não se po­de ne­gar, ab­so­lu­ta ra­zão as­sis­te ao ilus­tre ma­gis­tra­do, por­quan­to se o di­rei­to ori­gi­na-se de um ato per­fei­to, pra­ti­ca­do de acor­do com nor­mas en­tão vi­gen­tes, no­va lei não po­de­rá fe­ri-lo; as­sim co­mo no ca­so de di­rei­to ad­qui­ri­do ju­di­cial­men­te atra­vés da coi­sa jul­ga­da, eis que não ­mais exis­tin­do a pos­si­bi­li­da­de de re­cur­so, tal di­rei­to é in­con­tes­ta­vel­men­te ad­qui­ri­do, ini­ma­cu­lá­vel por qual­quer ou­tro ato.

Frise-se que ­aqui tem-se cla­ra a no­ção de di­rei­to ad­qui­ri­do ado­ta­da pe­lo or­de­na­men­to ju­rí­di­co pá­trio, que o fez ado­tan­do a teo­ria de Gabba, se­gun­do a ­qual:

É ad­qui­ri­do to­do di­rei­to que se­ja con­se­qüên­cia de um fa­to idô­neo a pro­du­zi-lo, em vir­tu­de da lei do tem­po em que es­se fa­to foi rea­li­za­do, em­bo­ra a oca­sião de o fa­zer va­ler não se te­nha apre­sen­ta­do an­tes do sur­gi­men­to de uma lei no­va so­bre o mes­mo.

Em nos­so or­de­na­men­to tal teo­ria foi tra­du­zi­da na se­guin­te as­ser­ti­va:

(…) ou con­di­ção prees­ta­be­le­ci­da inal­te­rá­vel ao ar­bí­trio de ou­trem, es­ta, par­te fi­nal da re­da­ção do pa­rá­gra­fo 2º do art. 6º da Lei de Introdução ao Código Civil. Veja-se, en­tão que a de­fi­ni­ção de Gabba foi ado­ta­da e re­pro­du­zi­da em sua es­sên­cia, ­qual se­ja, a im­pos­si­bi­li­da­de de al­te­ra­ção ou su­pres­são do di­rei­to ad­qui­ri­do, ain­da que, o ti­tu­lar des­se di­rei­to não te­nha ma­ni­fes­ta­do in­te­res­se em ga­ran­ti-lo, eis que já o pos­suía in­de­pen­den­te­men­te de pré­via ma­ni­fes­ta­ção de von­ta­de.

(O TRE­CHO SE­GUIN­TE DE­VE SER ACRES­CI­DO NA PE­TI­ÇÃO PA­RA AQUE­LES QUE VOL­TA­RAM A EXER­CER ATI­VI­DA­DE ABRAN­GI­DA PE­LA ­PREVIDÊNCIA E PER­MA­NE­CE­RAM NE­LA, SO­MEN­TE VIN­DO A SE AFAS­TAR DE­POIS DE 15 DE ­ABRIL DE 10000004, QUAN­DO A LEI 8.870/0004 EX­TIN­GUIU ES­TE TI­PO DE ­PECÚLIO)

Mesmo com a ex­tin­ção do pe­cú­lio do in­ci­so II do ar­ti­go 81 do ­RGPS, em 15 de ­abril de 10000004, com a Lei 8.870, e o autor ten­do per­ma­ne­ci­do em sua ati­vi­da­de so­men­te dei­xan­do-a em 15 de se­tem­bro de 10000008, faz ele jus (ou ­seus de­pen­den­tes) aos va­lo­res re­co­lhi­dos até a da­ta da pu­bli­ca­ção da re­fe­ri­da lei que o ex­tin­guiu.

O direito adquirido for­mou-se na sua pes­soa, ­pois preen­cheu os re­qui­si­tos e exi­gên­cias ne­ces­sá­rias, não sen­do obri­ga­do, na épo­ca, a dei­xar o seu em­pre­go na da­ta da ex­tin­ção do pecúlio, ape­nas pa­ra que pu­des­se ter di­rei­to a re­ce­ber as pres­ta­ções ver­ti­das em fa­vor do ­INSS.

Revela-se o di­rei­to em re­ce­ber tu­do o que foi con­tri­buí­do de _______________ (da­ta da en­tra­da no no­vo em­pre­go ­após a apo­sen­ta­do­ria) até 14 de ­abril de 10000004 (da­ta an­te­rior à pu­bli­ca­ção e efi­cá­cia da Lei 8.870/0004).

O ar­ti­go 462 da Instrução Normativa nº 0005, de 7 de ou­tu­bro de 2003, orien­ta da for­ma co­mo foi tra­zi­do, po­rém o ­INSS não vem cum­prin­do:

O pe­cú­lio, pa­ga­men­to em co­ta úni­ca, se­rá de­vi­do ao se­gu­ra­do apo­sen­ta­do pe­lo ­RGPS que per­ma­ne­ceu exer­cen­do ati­vi­da­de abran­gi­da pe­lo regime ou que vol­tou a exer­cê-la, quan­do se afas­tar de­fi­ni­ti­va­men­te da ati­vi­da­de que exer­cia até 15 de ­abril de 10000004, vés­pe­ra da vi­gên­cia da Lei nº 8.870, ain­da que an­te­rior­men­te a es­sa da­ta te­nha se des­li­ga­do e re­tor­na­do à ati­vi­da­de, sen­do li­mi­ta­da a de­vo­lu­ção até a men­cio­na­da da­ta.

A pró­pria Autarquia ad­mi­te que aque­les que in­gres­sa­ram em no­va ati­vi­da­de an­tes da ex­tin­ção do pe­cú­lio em 10000004, e de­pois des­ta da­ta saí­ram de seu tra­ba­lho, têm di­rei­to à res­ti­tui­ção dos va­lo­res até 15 de ­abril de 10000004, da­ta da pu­bli­ca­ção da Lei 8.870/0004.

Devido à si­mi­li­tu­de das hi­pó­te­ses, tra­ze­mos ­aqui um jul­ga­do re­cen­te, que es­cla­re­ce a res­pei­to do direito adquirido:

II – O Supremo Tribunal Federal, con­vo­ca­do inú­me­ras ve­zes pa­ra di­ri­mir con­tro­vér­sias se­me­lhan­tes, já dei­xou as­sen­ta­do que a aqui­si­ção de di­rei­to ad­qui­ri­do a de­ter­mi­na­do re­gi­me ju­rí­di­co de apo­sen­ta­do­ria so­men­te se per­faz quan­do cum­pri­das as exi­gên­cias le­gais pa­ra a ob­ten­ção do be­ne­fí­cio per­ti­nen­te já de­cla­rou em di­ver­sas opor­tu­ni­da­des. (Tribunal – Terceira Região – AC – 205161- Processo 0004030774754 – SP. Data 18/11/2012 – Juíza Marisa Santos – 000ª Turma).

E ­mais:

PREVIDENCIÁRIO – ­PECÚLIO – DI­REI­TO AD­QUI­RI­DO DO LA­BO­RIS­TA. I – A PER­CEP­ÇÃO DO ­PECÚLIO POR AQUE­LES QUE LA­BU­TA­VAM AN­TES DA EDI­ÇÃO DA LEI Nº 000.032/0005 É AS­SE­GU­RA­DA PE­LO DI­REI­TO AD­QUI­RI­DO, A ­TEOR DO AR­TI­GO 6º DA ­LIICC, IV. II – … III- APE­LO E RE­MES­SA OFI­CIAL A QUE SE NE­GA PRO­VI­MEN­TO. (Tribunal – Terceira Região – AC – Apelação Cível 485337 – Processo 201203000000038000310 – Primeira Turma – Publicação 15/2/2012, p. 488)

Também é im­por­tan­te tra­zer à co­la­ção, jul­ga­men­to re­cen­te do pró­prio STF quan­to à ques­tão:

RE­CUR­SO ­EXTRAORDINÁRIO – AGRA­VO RE­GI­MEN­TAL – 2. APO­SEN­TA­DO­RIA – DI­REI­TO AD­QUI­RI­DO QUAN­DO PREEN­CHI­DOS TO­DOS OS RE­QUI­SI­TOS – ­SÚMULA 35000/STF – 3. RE­QUE­RI­MEN­TO AD­MI­NIS­TRA­TI­VO – DES­NE­CES­SI­DA­DE – PRE­CE­DEN­TES – 4. AGRA­VO RE­GI­MEN­TAL A QUE SE DÁ PAR­CIAL PRO­VI­MEN­TO, TÃO-SO­MEN­TE, PARA AFAS­TAR A RE­TROA­ÇÃO DA DA­TA DE ­INÍCIO DA APO­SEN­TA­DO­RIA. (RE 31015000 AgR/ RS – Relator: Gilmar Mendes – Julgamento 15/6/2012 – Órgão Julgador: Segunda Turma – Publicação 6.8.2012, p. 00053 – Votação Unânime)

Portanto, não há dú­vi­das quan­to ao di­rei­to do autor.

IV – DO PE­DI­DO

Diante de to­do o ex­pos­to, re­quer jun­to a Vossa Excelência que dig­ne-se:

a) ci­tar a re­que­ri­da, no en­de­re­ço de­cli­na­do, pa­ra to­dos os ter­mos do pe­di­do ini­cial, com as ad­ver­tên­cias le­gais;

b) se­ja a em­pre­ga­do­ra, Prefeitura Municipal de São Paulo, ofi­cia­da pa­ra for­ne­cer a re­mu­ne­ra­ção do ex­tin­to __________________ do pe­río­do de 15 de mar­ço de 100082 a 18 de ja­nei­ro de 10000003;

c) a con­ces­são dos be­ne­fí­cios da Assistência Judiciária Gratuita, nos ter­mos da Lei nº 1.060/50;

d) fi­nal­men­te, se­ja a pre­sen­te jul­ga­da pro­ce­den­te, con­de­nan­do o requerido ao pa­ga­men­to das im­por­tân­cias re­la­ti­vas às con­tri­bui­ções pre­vi­den­ciá­rias pe­cú­lio nos ter­mos do ar­ti­go 116, in­ci­so II, e 117 do Decreto 611/0002, ­item 4, da Lei nº 8.870/0004, cor­res­pon­den­te ao pe­río­do de 15 de mar­ço de 100082 a 18 de ja­nei­ro de 10000003, acres­ci­dos de ju­ros de mo­ra e cor­re­ção mo­ne­tá­ria, des­de a aqui­si­ção do di­rei­to, cus­tas pro­ces­suais, ho­no­rá­rios ad­vo­ca­tí­cios e de­mais co­mi­na­ções de di­rei­to.

Protesta pro­var o ale­ga­do por to­dos os ­meios de pro­va em di­rei­to ad­mi­ti­dos.

Requer, ou­tros­sim, a re­nún­cia do cré­di­to ex­ce­den­te a 60 sa­lá­rios mí­ni­mos, quan­do da atua­li­za­ção, pa­ra que pos­sa a au­to­ra op­tar pe­lo pa­ga­men­to do sal­do sem o pre­ca­tó­rio, con­for­me re­za o pa­rá­gra­fo 4º do ar­ti­go 17, da Lei 1025000/01.

Dá à cau­sa o va­lor de R$______________________________

N. Termos,

P. E. de­fe­ri­men­to.

_____________, _____/________/ 200__

__________________________________

Adv.

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